Em 2024, o varejo atingiu patamar recorde, alcançando um marco histórico, registrando seu desempenho mais elevado desde o início da série histórica em janeiro de 2000. Este novo recorde supera o anterior, estabelecido em outubro de 2020, destacando um período de crescimento e recuperação notável para o setor.
Em fevereiro deste ano, o volume de vendas no comércio varejista brasileiro registrou um crescimento de 1% em relação ao mês anterior, marcando o segundo aumento consecutivo do setor. Em janeiro, já havia sido registrado um avanço de 2,8%.
De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 11 de Abril de 2024, o setor varejista registrou um impressionante crescimento de 8,2% em fevereiro, comparado ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, o aumento foi de 6,1%, enquanto os últimos doze meses mostraram um crescimento sustentado de 2,3%.
Em comparação com janeiro deste ano, o crescimento no varejo foi notável em seis das oito categorias monitoradas. Destacam-se os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que lideraram com um impressionante aumento de 9,9%. Outros artigos de uso pessoal e doméstico também tiveram um bom desempenho, crescendo 4,8%. Livros, jornais, revistas e papelaria viram um aumento de 3,2%, seguidos por móveis e eletrodomésticos, com 1,2%. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiram 0,5%, enquanto tecidos, vestuário e calçados tiveram um crescimento mais modesto de 0,3%.
Segundo Cristiano dos Santos, pesquisador do IBGE, o impulso no varejo em fevereiro decorreu principalmente de duas atividades que registraram desempenhos fracos em 2023. Notavelmente, o segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria destacou-se com um expressivo crescimento. “O crescimento de quase dois dígitos (9,9%) se dá mais pelos produtos farmacêuticos, porque a parte de cosméticos e produtos de beleza ficou mais estável. Tiveram alguns fenômenos que contribuíram [para o crescimento], regionalmente, como um aumento grande de procura por repelentes, por conta da questão da dengue”. destacou Santos.
Além disso, o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico foi de grande importância para esse avanço do varejo em fevereiro, impulsionado principalmente pelas lojas de departamentos. “Aí o maior peso vem das lojas de departamentos. A gente teve [no passado] toda aquela questão da crise, com fechamento de lojas físicas de grandes marcas. E isso vem se recuperando, já com um segundo mês de alta. Mesmo antes dessa recuperação de janeiro e fevereiro, já estava crescendo o número de lojas físicas novamente”, explica Santos.
Entretanto, nem todas as atividades tiveram desempenho positivo. Os segmentos de combustíveis e lubrificantes e de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registraram quedas de 2,7% e 0,2%, respectivamente.
No que se refere à receita nominal, observou-se um crescimento de 1,2% em relação a janeiro deste ano, marcando 10,9% de aumento em comparação com fevereiro do ano passado. No acumulado do ano, a receita cresceu 8,2% e, ao longo dos últimos 12 meses, 3,6%.
O varejo ampliado, que inclui materiais de construção e venda de veículos e peças, cresceu 1,2% na passagem de janeiro para fevereiro. O comércio de veículos, motos, partes e peças cresceu 3,9% no período, enquanto os materiais de construção recuaram 0,2%.
Na comparação com fevereiro do ano passado, o varejo ampliado cresceu 9,7%. O setor também apresenta altas no acumulado do ano (8,2%) e acumulado de 12 meses (3,6%). A receita nominal avançou 1,6% na comparação com janeiro, 11,9% em relação a fevereiro de 2023, 10,1% no acumulado do ano e 5,7% ao longo dos 12 meses.
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